Escrito por Pete Schroeder
WASHINGTON (Reuters) – O Federal Reserve dos Estados Unidos disse nesta sexta-feira que se retirou do órgão global de bancos centrais e reguladores dedicado a encontrar maneiras de policiar os riscos das mudanças climáticas no sistema financeiro.
A Reserva Federal anunciou num comunicado que se está a retirar da Rede de Bancos Centrais e Supervisores para Ecologizar o Sistema Financeiro (NGFS) porque a rede se tornou cada vez mais expansiva e já não está dentro do âmbito das obrigações legais da Fed.
O banco central juntou-se ao grupo em 2020. A retirada ocorreu três dias antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que criticou os esforços dos governos para definir políticas sobre alterações climáticas.
O NGFS, criado em 2017, tem a tarefa de ajudar os bancos centrais e os supervisores bancários na integração dos riscos das alterações climáticas na condução da política monetária e na supervisão do sistema financeiro. Um porta-voz do grupo não respondeu a um pedido de comentário.
A Fed tomou medidas nos últimos anos para incorporar as alterações climáticas nas suas operações através de análises e relatórios preliminares, mas o presidente Jerome Powell argumentou repetidamente que a Fed tem um papel limitado a desempenhar. Powell argumentou que a Fed não é responsável por definir a política de alterações climáticas e que a questão está nas mãos do Congresso.
Os congressistas republicanos estão cépticos em relação aos esforços regulamentares para policiar os riscos climáticos no sector bancário, e a iminente tomada de posse da administração de Washington pelo Presidente Trump está a provocar um recuo semelhante no sector privado. Também na sexta-feira, o Bank of Montreal tornou-se o primeiro banco canadiano a anunciar a sua saída da Net Zero Banking Alliance, uma aliança climática do setor privado.
Vários grandes bancos dos EUA já anunciaram a sua saída do grupo.
(Reportagem de Pete Schroeder; edição de Chris Reese e Andrea Ricci)