Elon Musk tem um brinquedo novinho em folha: o governo federal.
Como o apoiante mais rico e descarado de Donald Trump, Musk mereceu uma missão seleta do presidente eleito. A ideia era criar um comitê informal para tornar o governo mais eficiente.
Como uma piada interna para si mesmo, Musk chamou a criação de DOGE (Departamento de Eficiência Governamental).
A criptomoeda Dogecoin surgiu em 2013 como uma paródia de Bitcoin essencialmente inútil. Mas o endosso impetuoso de Musk ao Dogecoin impulsionou a demanda, e o token agora tem um valor de mercado de quase US$ 50 bilhões.
Nada mudou, principalmente por causa das máscaras. A questão é se o comitê DOGE de Musk, centrado no governo, pode fazer o mesmo.
Analistas de toda a região dizem que foram criados vários comités ao longo das últimas décadas com o objectivo de reformar governos inchados e controlar os gastos deficitários. O resultado habitual é uma longa lista de recomendações ponderadas que exigem acção do Congresso, mas o Congresso ignora-as.
O comitê de Musk não é exceção. Não tem autoridade e não faz parte do governo. Mas ele é ouvido pelo presidente Trump, tem algum apoio no Congresso e tem 211 milhões de seguidores nas redes sociais como apoiante de Musk.
A premissa de abertura é válida. O governo federal é inegavelmente enorme, com 441 agências federais, 2.400 programas de subsídios e 200.000 páginas de regulamentos, segundo a Moody’s Analytics.
As despesas excedem as receitas em 35% e o buraco fiscal só está a aprofundar-se. Algo tem que acontecer, mas quem sabe as máscaras possam desempenhar o papel certo na hora certa.
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Musk e seu sócio, o empresário Vivek Ramaswamy, disseram que querem cortar os gastos federais em pelo menos US$ 1 trilhão por ano por meio de recomendações apresentadas até 5 de julho de 2026, a tempo das eleições parlamentares intermediárias.
Isto representa cerca de 15% da despesa total e é uma meta muito difícil.
A Segurança Social, os benefícios para veteranos e os programas populares de cuidados de saúde representam 53% dos gastos federais e permanecem praticamente intocados. Da mesma forma, no Congresso Republicano, os gastos intocáveis com a defesa e os pagamentos de juros da dívida representam, cada um, 13%.
Isso deixa apenas 20% do orçamento a ser cortado, quase todo o qual beneficia os eleitores de algum estado ou distrito no Congresso.
Mas o DOGE ainda pode fazer algo de bom.
O foco será em três áreas: desregulamentação, aumento da eficiência das agências federais e redução de custos orçamentários. A Moody’s Analytics afirmou que a desregulamentação apropriada poderia levar ao crescimento e a um aumento correspondente nas receitas fiscais federais, reduzindo o défice orçamental anual.